Gastrostomia endoscópica percutânea pode ser menos arriscada para colocação de tubo de longo prazo
Por Lorraine L. Janeczko
13 de outubro de 2021
NOVA YORK (Reuters Health) - A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) parece mais segura do que a gastrostomia guiada por radiologista intervencionista (IRG) para pacientes que precisam de colocação de tubo enteral em longo prazo, sugere uma nova pesquisa.
"Este grande estudo nacional demonstrou que o PEG está associado a uma menor incidência de resultados adversos gerais, disfunção mecânica e mortalidade em 30 dias do que IRG," pesquisadores escrevem no The American Journal of Gastroenterology. "Sugerimos que o PEG deve ser o procedimento inicial de escolha em pacientes que precisam de acesso enteral de longo prazo."
O Dr. Divyanshoo R. Kohli, do Kansas City VA Medical Center, em Missouri, e seus colegas consultaram o banco de dados VA Informatics and Computing Infrastructure e encontraram 23.566 pacientes submetidos a PEG e 9.715 submetidos a IRG por um período de aproximadamente dez anos. Eles tinham em média cerca de 70 anos de idade em ambos os grupos.
Pacientes com acidente vascular cerebral, pneumonia por aspiração, dificuldades de alimentação ou doenças malignas do trato aerodigestivo superior eram mais propensos a sofrer PEG, enquanto aqueles com doenças malignas da cabeça, pescoço ou intestino anterior eram mais propensos a serem tratados com IRG.
A mortalidade por todas as causas em 30 dias foi de 9,35% dos pacientes que receberam PEG vs. 10,3% daqueles que receberam IRG (odds ratio, 0,80; P <0,01). Os eventos adversos PEG e IRG incluíram, respectivamente: perfuração do cólon, 0,12% e 0,24% (OR, 0,50; P = 0,04); peritonite, 1,9% e 2,7% (OR, 0,68; P <0,01); e hemorragia, 1,6% e 1% (OR, 1,47; P <0,01).
O Dr. Gobind Anand, professor clínico assistente e endoscopista da Universidade da Califórnia, em San Diego, chamou o estudo de importante.
"Este estudo é notável por seu grande tamanho, longo período de acompanhamento e uso de um banco de dados de VA integrado robusto," ele disse à Reuters Health por e-mail. "Esses são achados importantes que podem mudar a prática clínica e resultar no aumento do uso de tubos de gastrostomia colocados endoscopicamente."
O Dr. Anand, que não esteve envolvido no estudo, observou que o desenho retrospectivo é uma limitação. "Idealmente, estudos controlados randomizados seriam realizados para demonstrar as verdadeiras diferenças entre essas duas técnicas."
O Dr. Danny Issa, professor assistente de medicina e endoscopista intervencionista e bariátrico da David Geffen School of Medicine da UCLA, observou em um e-mail para a Reuters Health que, "Antes deste estudo, dados limitados estavam disponíveis na comparação de segurança e resultados adversos entre as técnicas de gastrostomia."
Porque o estudo sugere "que o PEG seja considerado o primeiro procedimento de escolha em pacientes que requerem alimentação gástrica ou enteral, esforços devem ser feitos para garantir a disponibilidade dessa intervenção no ambiente de internação," disse o Dr. Issa, que também não fez parte da pesquisa.
O Dr. Rishi D. Naik, professor assistente de medicina e gastroenterologista do Vanderbilt University Medical Center em Nashville, Tennessee, explicou que "ambas as abordagens para colocação de gastrostomia são seguras, mas este estudo destaca que diferenças técnicas no procedimento podem favorecer a preferência do médico por PEG versus IRG."
"No geral, a colocação de tubo de gastrostomia é um procedimento tecnicamente seguro e eficaz," ele disse à Reuters Health por e-mail, "mas os resultados adversos observados neste estudo retrospectivo são provavelmente mais reflexivos da indicação de PEG vs. IRG, que o estudo não controla."
